sexta-feira, 4 de março de 2011

O RETORNO

O RETORNO  (do livro 'O CONSELHO', obra inédita)

Tudo pode voltar à mesma fonte
- as impurezas desse mesmo raly
A regressão tem que ser total
e precisamente coletiva.

Nenhuma vítima
deve especar nesse avanço
porque nessa guerra
não existe agressor nem carrasco
- Senão
o grande inimigo da luz
e o seu imperador desleal.

O império da fantasia humana
já não tem mais sentido pra continuar
porque o custo da sobrevivência
já começou a beliscar o Sheik
- E o harém do Sultão mais velho
também já dispersou suas odaliscas.

... e se os marajás do mundo
estão procurando na véspera
quanto vão lhes custarem os seus banquetes
e como podem ser pagos
É sinal que a Ásia
já entra em negociata.

E o grande Oriente se desespéra
e espera pelo novo dia
sem saber como acompanhar o tempo
- Nem um recanto da terra está limpo
mesmo que estivesse fora
das grandes argolas dos continentes.

Povos e raças
corrompem-se 
num mesmo rítmo de aceleração
- Subornam e são subornados
por suas próprias raizes.

Óh grande Onipotência!
Do misterioso universo...
Mostrai ao ignóbil
a vossa terna mensagem de luz!
Para que não hajam 
desculpas para o fanatismo
que aterroriza o mundo
- Extorquindo e sacrificando
em nome da própria esquizofrenia.

Óh Pai de todos deuses!
Pedes pro meu irmão antecipar os dias
- porque as dores do mundo
já ultrapassam as vossas dores
e os vossos guardiões
já se limitam as vossas ordens...

... ordens que nos recomendavam
a esperança e a fé
Mas esses laços de humildade
se separaram do amor
- A caridade já não é mais ela mesma
- Senão um terrível jogo de lucros
se transformando em sombras.

A indústria do desespêro socializa os jovens
e distribui aos adolecentes
sonhos sem objeto
- E além do mundo dessas ilusões
o chon 'dezessete
doze e quatro'
Invade a face da terra
(é a maldita peste branca).

... Parece até que a ciência
ironiza o Rei dos reis
em seus números e algarismos
que somados
é apenas mais um escárnio
entre tantos outros
- Inclusive o 'bengue'
Velho alucinante
à beira  do legalismo dos povos
e dos governos.

Não sei se sou o instrumento certo
entre os pais e os filhos
na imposição dos governos
que pensam serem corretos
- Espero que a minha voz amiga
seja nas trevas a luz
que os dirija entre os espinhos
sem carregarem a cruz
das malditas ilusões do mundo.

Nem para Deus isto é fácil
porque julgá-los na maioria do mundo
é promover um armagedom
E o filho não quer repetir
as mesmas cenas do pai
E espera que o espírito em casa um
julgue os seus atos
E os puna
conforme a pena que os merecerem.

Talvez porisso doravante
transcrevam-me na heresia
Mas se é crime ser sincero
- Os santos são criminosos
e o pior de tudo é a verdade
do adjetivo vice-versa...
Não vou temer essa punição
- Calar abuso é ser conivente
e qualificá-lo em blasfêmia
é pedir a repetição dos fatos.

Já em alguns pontos do mundo
proliferam as sodomas modernas
piores que a de antigamente
- Pois nem um Ló vai se encontrar nelas
e para todos lados emanciparam Gomorras
malditas promotoras
de vandalismo e corrupções.

Luxuosos estádios e suntuosos rings
representam antigas arenas rústicas
aonde sem vida e sem piedade
tombaram competidores
sem liberdade
de escolherem os seus rivais
- Continuamos na mesma
só com apenas
um pouco mais de classe
para que possa encobrir a desonestidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário