sexta-feira, 18 de março de 2011

PRÓXIMO DA TERRA

o clandestino


Do mar
vi a praia da ilha
e a mesa estava só
mas a melancia
estava partida

E só o beija-flor
veio perto de mim
mas de repente
eu estava só

Sob a mesa
a luz do colibrí
e a melancia
partida em banda

Dividida
e embalada no cáis do porto
destinada às nações
sem as canções de Buarque

Não é que eu quisesse
ser o mais merecido
eu nem era messias
era somente um corpo
- uma sombra escondida

Mas simplesmente me ví
enquanto os outros
se ofuscam à minha frente
e o navio zarpou
- Sumiu-se a ilha no mar
e eu no camarote vazio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário